O pequeno ratinho espiou de sua toca. Não havia sinal do gavião. Fora esse inconveniente, vivia em um campo tranquilo, com cereais suficientes para contentar mesmo um rato três vezes maior que ele. E ainda bem, pois seu primo Gérald estava para chegar em sua visita anual. Continue lendo “O ratinho néscio [fábula]”
Mundo em cores [crônica]
Hoje vi o vídeo de um homem que via cores pela primeira vez em 60 anos. Com óculos inteligentes corretores de cor que têm se tornado mais acessíveis a pessoas daltônicas, vídeos como esse têm pipocado nas redes sociais. No entanto, o registro daquele momento de encantamento e descoberta foi único e irrepetível. Continue lendo “Mundo em cores [crônica]”
O Labirinto do Fauno – Estúdios Picasso 2006 [resenha]
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Crônicas de Nárnia: Príncipe Cáspian – Walt Disney Pictures, 2008 [resenha]
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A família do futuro – Disney, 2007 [resenha]
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Como treinar seu dragão – DreamWorks, 2010 [resenha]
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Mulan – Walt Disney, 1998 [resenha]
Era uma vez…
Quem chega a minha vida não vai saindo assim
Traz, deixa e leva um pouco de mim.
Do seu coração faço questão de uma parte
e ao meu é colocada, como obra de arte.
Quem de mim se aproximar
também pode algo daqui levar
e sempre algo nos unirá:
amor, saudade, lembrança ficará. Continue lendo “Era uma vez…”
Montanha russa [crônica]
“O jornalista é um homem que errou de profissão” – atribuída a Otto Von Bismarck
Quando terminei o colegial sabia apenas uma coisa: que deveria continuar estudando. Fora isso, a imensa disponibilidade de profissões me deixava atordoada. Cheguei a ser bióloga marinha, engenheira florestal, professora e por fim escritora. Eu sabia apenas que os números não me acompanhariam. Tentavam não influenciar minha decisão, o que me angustiava muito mais. Como decidir aos 17 anos o resto da minha vida? Mesmo assim o tempo urgia e a decisão se aproximava. Continue lendo “Montanha russa [crônica]”
Tolerância: dever ou direito? [ensaio]
O preconceito, frequentemente ligado ao medo, é um dos instintos mais primitivos do homem. Nosso intelecto irracional registra automaticamente o outro e o diferente como ameaça até que a consciência entre em cena e devolva ao animal humano a civilidade conquistada. Pode acontecer que a razão seja treinada para direcionar e manter certos preconceitos, seja pela tradição ou educação. O medo fustiga o preconceito, o preconceito promove a intolerância e a intolerância alimenta o medo. Continue lendo “Tolerância: dever ou direito? [ensaio]”
Ser fugaz [ensaio]
“O nosso eu é edificado pela superposição de estados sucessivos” – Marcel Proust
A partir de percepções primárias observamos que o homem regular muda e se transforma ao longo de seu desenvolvimento. Passa de bebê passivo a jovem exuberante, de vivacidade constituída a sobriedade senil. Descobre o mundo, a comunicação, a linguagem, a si mesmo e aperfeiçoa sua capacidade crítica e habilidade intelectual. O homem é, sobretudo, diferente de si mesmo ao longo de sua vida. Seres e existires acumulados que constituem uma forma única de ser para um determinado momento. Continue lendo “Ser fugaz [ensaio]”
Monopólio da violência [artigo]
Weber e as milícias armadas brasileiras
Trotsky declarou em Brest-Litovsk que “qualquer Estado baseia-se na força”. A partir desse pressuposto Max Weber, filósofo alemão do século XX, tece uma tese conhecida como “monopólio da violência”, na qual o Estado moderno pode ser definido pelo monopólio legítimo da força nos limites de um território estabelecido (A política como vocação, 1919). Se o poder de um Estado está no controle da violência, o que aconteceria se o Estado estivesse ausente e omisso dentro de seu próprio território? Então isso seria Brasil, precisamente uma favela carioca dominada por milicianos. Continue lendo “Monopólio da violência [artigo]”
A Ágora de Lapouge [ensaio]
O ensaio é o gênero do debate por excelência. Três produções do ensaísta Gilles Lapouge embasam uma análise que busca demonstrar como a habilidade de tecer sentidos aliada ao espaço para crítica ampliam o campo da discussão do mundo contemporâneo. Continue lendo “A Ágora de Lapouge [ensaio]”
tenho ainda uma coisa a dizer…

Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém – mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar,
para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.
– O sal da língua (1995), de Eugénio de Andrade
📷: @portroche (Gervasio Troche)
Alguém no mundo, o mundo de alguém [crônica]
Sou a segunda filha de três irmãos. Não fui a primogênita, não fui menino, enfim, não fui novidade ao nascer. Também não fui a primeira a ir à escola. Continue lendo “Alguém no mundo, o mundo de alguém [crônica]”