Grossas gotas de chuva e um sol dourado de fim de tarde. O bloco se dispersava mas a rua ainda era nossa, e como eu queria que fosse ainda e ainda e ainda. Sinto às vezes que desfruto do Carnaval como estrangeira, alheia à cultura que de tão sedutora parece externa a mim. Me entrego à aglomeração, ao êxtase coletivo, aos sonhos de cores, corpos e amores e assisto como espectadora ao Arlequim chorando pelo amor de Colombina no meio da multidão. Continue lendo “Não sei sambar [crônica]”
A incerteza da certeza da morte [crônica]
Hoje minha avó amanheceu triste: seu coelhinho morreu. Triste na verdade é pouco, ela estava desolada, inconformada, acabada, questionando a morte de seu companheiro. E enquanto ela se encaixava no meu abraço e eu ouvia a história toda, consolei minha avó da morte. Continue lendo “A incerteza da certeza da morte [crônica]”
Desdém [crônica]
Quem nunca sofreu por amor que atire a primeira mentira. Nesta existência confusa, há um prazer sádico em buscar apaixonar-se, em insistir naquilo que nunca deu certo. Não é simples ser solteiro no século XXI — aliás, sitcoms intermináveis já foram dedicadas a rir da fossa dos solteiros, para o bem e para o mal. E sempre haverá mais um conselho, mais uma esperança, uma nova forma de frustração. Continue lendo “Desdém [crônica]”
If she didn’t jump…
I heard of a womam who killed herself. she was naked. she was hopeless. she was determined. she was falling 20 stories down.
she felt like no one. no one to wonder about her. no one to care for her. no hope for her.
2 seconds and 70 meters later she became that someone. Continue lendo “If she didn’t jump…”
Mundo em cores [crônica]
Hoje vi o vídeo de um homem que via cores pela primeira vez em 60 anos. Com óculos inteligentes corretores de cor que têm se tornado mais acessíveis a pessoas daltônicas, vídeos como esse têm pipocado nas redes sociais. No entanto, o registro daquele momento de encantamento e descoberta foi único e irrepetível. Continue lendo “Mundo em cores [crônica]”